Zucco classifica iniciativa como vingança, abuso de autoridade e cortina de fumaça para esconder irregularidades cometidas por Janja e tentar inibir o trabalho da oposição
Brasília – O líder da oposição na Câmara, deputado federal Zucco (PL-RS), apresentou uma “Moção de repúdio” contra o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do governo na Casa. A medida critica as investidas do petista contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, classificando-as como uma tentativa de “vingança” e “abuso de autoridade”. O documento é endossado pelos vice-líderes da oposição.
Segundo Zucco (PL-RS), Lindbergh estaria utilizando requerimentos de forma “abusiva” para atingir Michelle Bolsonaro, em resposta a pedidos de investigação da oposição envolvendo a atual primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja. O parlamentar da oposição menciona uma declaração de Lindbergh nas redes sociais como uma revelação clara das suas intenções de vingança e de covarde perseguição, na qual o petista teria afirmado que, para cada requerimento protocolado contra Janja, apresentaria dois contra Michelle.
“A estratégia é clara: criar uma cortina de fumaça para esconder os problemas do governo e desviar a atenção da população”, afirmou Zucco (PL-RS) no documento. Ele argumenta que os pedidos apresentados pelo líder governista não possuem base concreta e se referem a fatos já investigados no passado, sem indícios de irregularidade.
A moção destaca ainda que o uso de instrumentos legislativos para “perseguições políticas” é uma prática que compromete a democracia e o Estado de Direito. Zucco compara a conduta de Lindbergh com o fenômeno da “weaponization” observado nos Estados Unidos, onde mecanismos legais são utilizados para fins de intimidação política.
O documento também faz críticas ao governo do presidente Lula, mencionando problemas econômicos, como a alta da inflação e dos combustíveis, além de escândalos de corrupção. Para o líder da oposição, o foco do governo deveria estar na resolução desses desafios e não em “fabricar narrativas para encobrir seus fracassos”.
Janja na mira do MPF
Na última quarta-feira, 6, a oposição protocolou um requerimento no Tribunal de Contas da União (TCU), onde cobra providências sobre um contrato sem licitação no valor de R$ 478 milhões, firmado entre o governo federal e a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OIE). A entidade também recebeu, a título de doação, outros R$ 98 milhões. Parte desses recursos foi retirada de programas nacionais, incluindo educação básica e escolas em tempo integral.
No ano passado, empresas estatais brasileiras desembolsaram até R$ 83,45 milhões para financiar a cúpula do G20 e o festival Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, apelidado de “Janjapalooza”. Os aportes foram viabilizados por meio de um acordo com a OEI, responsável pela organização dos eventos. A oposição apresentou o Pacote Anti-Janja, uma série de requerimentos de informações para cobrar transparência e apurar possíveis irregularidades no uso da máquina pública em favor da primeira-dama.
Já o Ministério Público Federal abriu inquérito civil para investigar a caixa-preta criada por Lula no Palácio do Planalto, com a decretação de sigilos de 100 anos. A investigação, aberta na Procuradoria da República no Distrito Federal, apura “supostas irregularidades ocorridas na Presidência da República” e mira alguns casos concretos em que o Palácio do Planalto sonegou informações que deveriam ser divulgadas, de acordo com as regras de transparência pública.
Os investigadores querem apurar os motivos que levaram o governo Lula a esconder informações sobre a quantidade de assessores que auxiliam a primeira-dama Janja.
MOÇÃO DE REPÚDIO
